Pelas minhas contas, este é o centésimo quadragésimo quarto post deste blog. Lá se foram 144 atualizações para informar sobre assuntos importantes ou simplesmente para falar sobre o nada e aqui estamos: nossa última noite em Israel. Bom, ainda teremos a noite de amanhã, mas devemos sair logo depois da meia noite para o aeroporto, já que nosso voo parte no meio da madrugada, então esta será a última noite na qual dormimos em Israel.
Agora são 20:55h e daqui a 5 minutos teremos uma atividade com todo o grupo num salão aqui em nossa hospedagem. Aproveito esses cinco minutos para contar pra vocês um pouco sobre hoje e, quem sabe, mais tarde consigo postar mais imagens.
Nosso dia hoje fugiu um pouco do programado. Isso porque, devido à radical mudança na temperatura provocada pelo Chamsin (espécie de tempestade de areia e ar quente que causa uma onda de calor extremo), a defesa civil desautorizou caminhadas ao ar livre e recomendou muita água e proteção para o corpo. Por isso, nosso passeio pelo Golan que incluiria uma caminhada de duas horas foi alterado e, fizemos um trajeto com mais sombra e menos esforço físico. De qualquer maneira, não deixamos de conhecer a região e suas peculiaridades.
É fantástico que Israel, sendo um país tão pequeno, possua tantas paisagens diversas: desertos, florestas, montanhas, vales, calor, neve. Dizem que, se tomarmos o globo e fizermos um triângulo do tamanho de Israel e tentarmos sobrepor em qualquer parte, nunca se encontrará tanta variedade: se colocarmos o triângulo sobre a Amazônia, será todo o território tropical, se colocarmos no Alasca, será todo nevado - mas em Israel, se encontra de tudo, inclusive diferentes mares e lagos.
O Golan foi anexado a Israel porque estratégico para o país. Um terço da água de Israel provém de suas colinas basálticas, resultado de erupções vulcânicas. Além disso, do Golan, num dia claro, é possível ter uma visão até da região de Damasco na Síria e, evidentemente, de todas as cidades e kibutzim do norte de Israel. Historicamente, o Golan foi por séculos habitado por comunidades judaicas que floresceram, especialmente no período do Talmud, há cerca de 1500-1800 anos.
Fomos até Katzerin, considerada a capital do Golan e aprendemos sobre a produção de azeite e de vinho da região, além de ouvir sobre projetos ecológicos de reaproveitamento do bagaço das azeitonas, para cosméticos, sabão e outros fins.
Depois seguimos para Tzfat, que fica no Galil. O norte de Israel é dividido em duas partes: o Golan, que fica ao leste do Rio Jordão e o Galil que fica do lado oeste do mesmo. Atravessamos por uma ponte o famoso rio (bastante estreito para padrões brasileiros) e subimos até a cidade de Tzfat (Safed), onde conhecemos uma outra faceta do norte de Israel: a espiritual. No Golan tivemos contato com a natureza, a ecologia e a história. Em Tzfat a atmosfera é de espiritualidade, tradição. misticismo e arte.
Caminhamos pelas estreitas ruas da antiga cidade, cercadas de galerias de artes e de antigas sinagogas. Tzfat se tornou o maior centro de cabalá no século 16 por influência do Arizal e é também um marco no estudo da lei judaica graças ao trabalho de Yossef Caro. Conhecemos algumas das sinagogas e ouvimos a história da cidade. Fomos também conhecer uma fábrica de velas artesanais: velas de havdalá, de shabat e muitas simplesmente para enfeitar o lar. Um trabalho fantástico e de encher os olhos.
Depois viemos para nosso hotel, na pequena cidade de Shlomi. Deu tempo ainda de jogar uma partida de futebol e jantar. Agora vamos fazer uma atividade. Volto mais tarde.
Até mais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário